Para começar a falar dessa bela cidade, cito a frase que resume Sevilla, extraída do meu guia Lonely Planet: “Algumas cidades tem beleza. Outras tem alma. Poucas tem ambas.” Sevilla é assim, bela nas suas construções suntuosas e recheada de história e personalidade.
Sevilla foi dominada pelos romanos, sendo conhecida nessa época como Hispalis e funcionava como uma importante cidade portuária devido ao rio Guadalquivir que se conecta ao oceano. Depois foi a época dos mouros a dominarem, tornando-a a mais importante dos reinados da região após a queda de Córdoba. Em 1248, Sevilla foi dominada pelo rei cristão Fernando de Castilla. A cidade ganhou importância e, devido a sua localização, se tornou uma cidade muito importante no domínio espanhol das colônias americanas. Era de Sevilla que a Espanha controlava todo o comércio com as colônias, o que tornou a cidade uma das maiores do século XVI.
Vamos então conhecer essa que é, hoje, a maior cidade da Andaluzia
De onde viemos? Córdoba
Distância: 140 km de carro
Sevilla tem muito o que visitar e conhecer. Há atrações de uma Sevilla antiga e de uma cidade nova. Ficamos dois dias aqui e tivemos que abrir mão de algumas atrações que gostaríamos de ter visitado.
Então vamos aos dois principais clássicos da cidade.
Primeiro sua catedral, Patrimônio da Humanidade, toda em estilo gótico, sendo o maior templo católico espanhol e o terceiro do mundo! Construída pelos cristão onde existia antes uma mesquita, cumpre ainda hoje seu objetivo que era deixar todos atônitos com seu tamanho e grandiosidade.
Por dentro, temos muito o que ver. A nave da catedral é a mais longa da Espanha. A Capilla Mayor com seu altar gótico é impressionante, com mais de 1000 figuras bíblicas esculpidas.
Continuando, encontramos o Altar del Plata, todo feito em ouro e que também chama a atenção.
Em um ponto cercado de turistas curiosos, está o túmulo de Cristovão Colombo. Bom, se os restos mortais estão aí eu não sei porque a República Dominicana afirma que é em Santo Domingo que eles estão (que bom que eu conheci as duas então!)
Olhar para o alto da Catedral é se surpreender com um belo teto e sua pintura.
Outro marco da Catedral é a Giralda, antiga torre da mesquita que ali existia. A subida é longa, mas tranquila. Vale muito a pena ver Sevilla do alto e entender melhor esta cidade.
Para terminar a visita, saímos pelo Patio de las Naranjas, lugar onde os muçulmanos faziam as abluções antes das rezas.
Perto da Catedral está outro clássico de Sevilla: os Reales Alcazales. Um conjunto de palácios que começou a ser construído em 913 para funcionar como um forte. A grande construção do conjunto ocorre no século XIV com Pedro, o Cruel. Um cristão que admirava o estilo arquitetônico muçulmano e resolve construir em Sevilla algo semelhante a Alhambra de Granada. Ao longo do tempo, outros prédios foram anexados, assim como os belos jardins.
Entramos pela Puerta del León e chegamos ao Patio de mesmo nome, onde encontramos a Sala da Justicia. Essa sala foi construída por Afonso XI para se divertir com sua amante! Assim, seu filho, o Pedro – o Cruel, ganhou alguns meio irmãos. Ali também vimos o Patio del Yeso e alguns azulejos muito belos.
No Patio de la Montería, fundada pelos católicos monarcas em 1503, encontramos a Sala de Audiencias, com suas paredes em rosa e seu teto muito trabalhado.
Chegamos ao Palacio de Don Pedro, criado pelo temido Pedro, o Cruel. Primeiro vimos o belo Patio de las Doncellas. O Patio de las Muñecas ou patio das bonecas eram os aposentos privativos do palácio. O Cuarto del Príncipe era na verdade da rainha e tinha um teto que imitava uma noite estrelada!
O Salon de Embajadores era a sala do trono de Don Pedro. O teto em madeira, que representa o universo, é espetacular!
Agora é hora de babar com os desenhos da Capilla del Palacio Gótico e depois subir para alcançar os Salones de Carlos V. Ali encontramos o Sala de las Bóvedas ou das Festas com trabalhos em cêramicas em amarelo.
Depois chegou a hora do lugar que mais me agradou desse complexo todo: os jardins! São realmente encantadores! Mas antes, vale conhecer os Baños de María de Padilla, uma gruta que era interligada ao Salon de Carlos V.
Para visitar cada uma dessas atrações é preciso, pelo menos, umas duas a três horas. Só pegamos fila na Catedral e, mesmo assim, andou rápido. A Catedral só abre a partir das 11 hrs da manhã ou 14:30 ao domingo e custa $9. Para o Alcazar, a visita começa as 9:30 hrs e custa $9,5. Eu sugiro visitar cada uma dessas atrações em dias diferentes para aproveitar melhor.
No próximo post, continuamos desbravando Sevilla!