Luang Prabang foi um grande achado na nossa viagem pelo Sudeste Asiático. Ela não é tão procurada como as famosas cidades dos países que a rodeiam (Tailândia, Vietnã e Camboja), mas deveria. A cidade transpira paz, tem um povo extremamente simpático e acolhedor e traduz o Sudeste Asiático do meu imaginário.

A cidade anoitecendo desde o monte Phou Si
Dedicamos um dia inteiro para conhecer a cidade, sem muitos compromissos, curtindo cada pedacinho encantador que descobríamos.
O dia começa bem cedo, às 5:30 da manhã, quando saímos para ver a Ronda das Almas. Os monges budistas vivem apenas de doações. Ou seja, tudo que eles comem no dia inteiro vem da doação dos fiéis. Ser monge é uma grande dádiva para as famílias e quase todos os meninos vivem um tempo como um. O cabelo é raspado e a roupa usada é uma túnica laranja. Logo cedo, estes monges acordam e saem às ruas para receber suas doações. Eles carregam uma vasilha e andam por, aproximadamente, meia hora, passando perto dos templos.
Os turistas podem participar das doações respeitando o momento. Há aqueles que se ajoelham junto aos locais, compram a comida vendida por ambulantes e entregam aos monges. Eu não quis participar desta forma pois considerei um pouco desrespeitoso entrar em um ritual religioso. Fiquei do outro lado da rua assistindo e tirei minhas fotos sem atrapalhar. Mas vi cada turista mal educado. Entravam na frente dos monges, tirando fotos e atrapalhando totalmente o momento.
Falando da Ronda das Almas em si é um momento bastante emocionante. No primeiro dia assisti de um lugar lotado de turistas e não gostei. No segundo dia andei até o templo principal da cidade (um pouco antes do Palácio Real). Ali estavam realmente locais fiéis e pouquíssimos turistas. Foi muito lindo ver dali! No final, os monges entoaram um canto me arrepiando toda!

Fiéis esperando os monges com potes de arroz que acabaram de cozinhar
Depois de assistir a Ronda das Almas, voltamos ao hotel para mais um descanso. Acordamos com calma, tomamos café e seguimos para os passeios na cidade.
Na rua principal, fomos primeiro ao templo Wat Mai Suwannaphumaham. É o único que precisa pagar entrada (algo em torno de 5 reais). Construído em 1780, é conhecido como templo novo. Este é um dos poucos templos que sobreviveram à invasão chinesa em 1887. O templo é cheia de detalhes muito belos e que merecem uma boa visita.
Do outro lado da rua, em frente ao Palácio Real, visitamos o Wat Pahouak, de 1860. Apesar de pequeno, chama a atenção as paredes com mosaicos dentro do templo.
Depois, vale a visita ao Palácio Real. Logo na entrada está o templo Haw Phra Bang criado para abrigar o buda mais importante do Laos. O buda, chamado de Phra Bang, é quem deu o nome da cidade.
O Palácio Real, lar da antiga monarquia laosiana, é hoje um museu. Foi reconstruído após a saída dos chineses, que destruíram o antigo palácio. A arquitetura é inspirada na francesa e laosiana. A monarquia foi destituída em 1975 quando o Laos virou um país comunista. É preciso pagar entrada, tirar os sapatos e não ter pernas descobertas (pode alugar um pano e amarrar nas pernas). O lugar é pequeno mas, principalmente, a sala do trono o torna muito interessante. Não podemos tirar foto do interior, mas guardo direitinho na minha memória aquela sala linda do trono! Há um teatro também junto ao palácio onde é possível ver peças pela noite.

O lindo gramado do palácio

O caminho até o palácio
Depois seguimos pela rua principal, entrando em alguns outros templos. Vimos crianças monges tendo aula (uma fofura).

Os alunos aprendendo inglês
Um charme são as cafeterias, restaurantes e lojinhas em casas de estilo francês espalhadas pela rua. E as crianças laosianas? Apaixonantes!
Por fim, chegamos ao Rio Mekong. Fomos andando até a grande ponte de madeira que é reconstruída a cada estação seca pelos moradores. É cobrada uma entrada para podermos atravessá-la. O outro lado não tem nada de interessante, mas vale caminhar pela ponte.
Para curtir a tardinha e comer algo fomos até o bar Utopia. Durante o dia, ele funciona como um restaurante/bar para quem busca relaxar. Há almofadas e colchões espalhados, a beira do Mekong. Uma delícia!

Bar Utopia e suas mesas

Ficamos vendo as crianças se divertindo no rio
Na hora do pôr do sol, o melhor lugar de todos é o monte Phou Si onde fica o templo That Chomsi. Mas o melhor é a vista de 360 graus da cidade que é vista dali. Vale lembrar que é preciso vencer alguns degraus para chegar ali em cima. O pôr do sol compensa! Mas espere uma pequena multidão ali com você!!!
Para fechar um dia perfeito em Luang Prabang, após o jantar (dicas em outro post), vale um passeio pelo Night Market. Achei esse o melhor mercado dos que fomos na Ásia pois ninguém ficava gritando, tentando ganhar nossa atenção. Mas claro, como sempre, é preciso negociar tudo por ali.
E sim, uma caminhada vendo os templos iluminados à noite fecha com chave de ouro o dia em Luang Prabang.
Linda essa Luang Prabang, não?